quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Pensamentos subversivos

Soube-se hoje qual o "plano B" que os ilustres que deambulam ali para os lados da G. Teixeira descobriram, na sua enorme e iluminada sabedoria.

Alguém se admirou com essa decisão? Alguém esperava outra coisa? Ah! Muita gente andou por aí a debitar idéias, rascunhos, pareceres, desejos, teorias, análises. E sonhos, seus ou de outros que em si próprios os depositavam.

Cá por mim, nada de novo. Nada mais do que de mais tem sido o que se tem visto. Nada mais do que nos temos acostumado.  Quer queiramos ou não. Quer possamos ou não. 

Aliás, outra coisa não era de esperar neste filme, tendo em conta o director, os actores e os cenários.

Mas, já agora, quer-me cá parecer a mim que os figurantes desse filme já mereciam, se calhar, uma nova direcção e um novo elenco.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Bom 2014

Chegou enfim. No ar ainda se sentem os vagidos do recém nascido.
Como qualquer um que chega, traz nos olhos, ainda mal abertos, aquele ar de quem acredita que o devir é quase sempre tempo de esperança

Chegou enfim. Sem outros alardes que o som da diversidade. Dos que acreditam que os dias que se seguem serão dias mais felizes. Também dos que acreditam que os dias que se seguem serão dias mais iguais nas dificuldades acrescidas. E também, se calhar, dos que acreditam nem acreditar.

Cá por mim, espero bem neste ano da graça de 2014 possamos todos dizer que vivemos. Apenas e tão somente.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Convicções

Claro! Sou crente.
Acredito que na origem das coisas
- Origem das origens -
Está alguém criador e ordenador
Que se interessa com a sua criação.

Acredito que a Orion, a Cassiopeia,
A Estrela Polar, a Lua, o Sol,
Não podem ter sido apenas
Obra do acaso. Do nada.

E mesmo que o homem descenda do símio,
Acredito que o símio não é obra
De um qualquer acaso
Ou fogo-fátuo de uma explosão de nada.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pensamentos subversivos


Era feriado. Já não é. Como noutros dias. E alguns deles, até recordando factos marcantes na história da nossa existência. Como família social que somos. Ou que nos deixam ainda ser. Ou que fingimos, por enquanto, ser. Ou, se calhar, porventura, que ainda ousamos ser.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Temporalidades

Enfim o tempo
Sem fim

O tempo de encarar o tempo
Da finidade das nossas vidas

O tempo de enfrentar
O ocaso da nossa existência

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Lembretes

Há alturas na vida em que nos sentimos meros instrumentos de uma coisa qualquer. Em que não conseguimos ver muito mais que o pequeno muro que surge de repente à nossa frente. Em que não descortinamos mais que o ruído feito cacofonia que nos cerca.

Há alturas na vida em que nos descobrimos meros instrumentos de um qualquer obreiro de coisa nenhuma. Em que não somos até capazes de um pensamento qualquer que nos deixe mais ou menos realizados.

Por isso, caros pares de caminhada, lembrai-vos que também é nestas alturas na vida que mais nos devemos sentir capazes de saber parar, escutar e ver. E esperar.

Porque amanhã é outro dia.

sábado, 26 de outubro de 2013

Tempus finalis

E quando o tempo certo chegou, a porta foi atravessada com a serenidade de quem se descobre livre e tranquilo.

Consigo próprio. Com os outros. 

sábado, 19 de outubro de 2013

Orationem

Os teus olhos sempre se revelaram
No meu olhar vivo e inquieto.
Visão aberta à descoberta do tempo.

A tua boca manifestou-se em silêncio
No meu sorriso franco e tranquilo.
Lábios que saboreiam a palavra tempo.

As tuas mãos abriram-se em prece
Na minha oração livre e perene.
Diálogos perdidos e encontrados no tempo.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Coisas da vida

Fui hoje despedir-me da D. Isabel, mãe do meu amigo Toni, que partiu na viagem derradeira. Depois de um tempo em que conviveu connosco, a montanha chamou-a e ela lá foi. Tranquila e serena como tranquilos e serenos ali nos encontrámos todos.

Na verdade, este ano tem sido um ano de partidas várias na minha vida. O que me tem vindo a convencer que, afinal, a vida mais não é que um eterno partir. Mais do que chegar, um permanente partir.

E o curioso é que em vez de me perturbar, esta realidade cada vez mais a encontro até dentro de mim. Calma e serenamente. Ou, talvez melhor, com uma serena inquietação. A serena inquietação dos que querem continuar a acreditar na própria vida. Tão-somente.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O Tempora…

Quando tudo nos parece pouco, do muito que queremos;
Quando tudo nos parece pequeno, do grande que pensamos enorme;
Quando tudo pensamos saber, do todo que desconhecemos;
Quando tudo julgamos sentir, do muito que nem sabemos;

Quase sempre apenas nos quedamos, inertes,
Descoloridos, mudos, surdos e insensíveis.

Porque temerosos e fracos, tementes apenas do vazio,
Calamos quase sempre, em nós, o grito pueril e fresco
De quem conhece bem o sabor das coisas da vida.

Por isso, de nós, apenas o silêncio de um ventre estéril.